O relógio toca. São quatro da manhã.
Tenho a sensação de que dormi apenas alguns minutos. Me levanto, troco de
roupa, sigo para a cozinha para meu primeiro café da manhã. Pão com Nutella e
RedBull para acordar. Termino de me arrumar e sigo para mais um dia de treino.
As quatro e trinta disparo o
cronometro e as pernas ainda anestesiadas do treino realizado na noite anterior
lentamente começam a se aquecer. As subidas se iniciam e rapidamente o coração
já bate com força. Tudo está deserto e o silêncio na rua me faz cochilar em
alguns trechos. Aos poucos o dia vai surgindo e o treino já está terminando.
Quando muitos nem se levantaram da cama, já estou terminando a sessão matinal.
Volto para casa, tomo um segundo
café da manhã reforçado, um banho rápido e me preparo novamente para sair para
mais um dia de trabalho. Uma caminhada até o ponto de ônibus, um livro na mão
para me distrair e suportar o trânsito caótico da cidade que agora já acordou.
Chego ao trabalho com muita
disposição, fruto da corrida matinal. Mais um café da manhã. Em meio a
relatórios, reuniões, conferências, mais reuniões, pesquisas e muitas planilhas,
o dia segue. A cabeça vai cansando e o corpo descansando estático na cadeira.
Parada para o almoço, bate-papo com os amigos e colegas de trabalho. A tarde
passa rápido. Um lanchinho e aquele café expresso sem açúcar para manter o ritmo.
Ao final do expediente, hora de
trocar de roupa e colocar novamente os aparatos para mais uma corrida. Ao invés
de utilizar ônibus ou carro, aproveito esse tempo para mais um treino e também
para esvaziar a cabeça repleta e números e cifras. Corrida nos passeios, parada
nos semáforos e muitas subidas me levam de volta ao lar.
Chego casa, um lanchinho rápido,
mais um banho e preparo novamente para sair. Hora de ir para a universidade
lecionar e dar a minha contribuição para a formação de novos profissionais. Saio
de casa ainda com a respiração ofegante. O corpo não se recuperou das últimas
subidas e já estamos na rua novamente.
Chego na universidade, monto o
computador, preparo tudo e começo a falar. Entre explicações, apresentações e
rabiscos no quadro as horas se vão. Ao final, guardo tudo rapidamente, assino o
ponto, tiro algumas dúvidas e retorno para casa.
Mais um lanchinho e agora é hora
de dar atenção à esposa e a filhota. Saber como foi o dia delas, programar as
atividades do final de semana e resolver os problemas do dia a dia. Finalmente
me deito no sofá para assistir um pouco de televisão e relaxar depois de um
longo dia.
Já na cama, aproveito para ler um
pouco antes que os olhos se fechem e pisquem novamente às quatro horas da manhã
quando o relógio tocar.
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